quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Então, é Natal!




24/12, O que é o Natal...

Se não uma previa de reunião de sentimentos que serve pra fazer uma reflexão de como foi o ano : uma retrospectiva.


Quando se começa a ouvir as musiquinhas natalinas de jingle beel, as iluminações nas ruas, o cheiro do Natal pelo ar, começamos a ficar mais sensíveis e nossos corações mais moles e brandos, pensamos até em perdão.
Amizade, reunir amigos e até inimigos.
Bate uma depressão pelo egoísmo nato ao ser humano, pelas desigualdades, pelas saudades...

"Há... que natal posso tirar minha máscara e mostrar quem eu realmente sou, ou mostrar quem eu não sou."

Pode ser um conto de fadas, onde o Papai Noel é apenas mais uma figura que me ajuda a  lembrar que os outros precisam de mim e eu deles.
Ou pode ser também engraçado, para algumas pessoas isso só ocorre no Natal néh?
Será que elas veem que esta data foi criada só pra fazer com que as lojas vendam mais?
Ou realmente veem o sentido do natal que deveria ser o sentido da vida?
Que é distribuir amor e amar sem ter medidas, e ser compreendido com esse amor.

Neste Natal estou diferente, sinto diferente, ritmo diferente.
Neste Natal não terão lugares convenientes, sorrisos forçados ou companhias estipuladas. Nessa noite de Natal terão pouquíssimas pessoas ao meu lado, aquelas necessárias durante todo o ano, sem ou com espírito de perdão, conveniências ou interesses.
Neste Natal estarei tranquila e serena vivendo apenas a noite, estarei certa dos erros que cometi, das pessoas que magoei, das oportunidades perdidas, de tudo que poderia ter sido e não foi.
Estarei sendo o que todo o ano me transformou no que sou hoje.
Mudamos a vida das pessoas assim que entramos pela porta da vida delas, podemos mostrar um mundo colorido e cheio de possibilidades, podemos distribuir chances de viver... 

Estarei Feliz neste Natal, porque, talvez até inconscientemente, eu mudei a vida de pessoas. Eu AMEI.

"Olhar para trás após uma longa caminhada pode fazer perder a noção da distância que percorremos, mas se nos detivermos em nossa imagem, quando a iniciamos e ao término, certamente nos lembraremos o quanto nos custou chegar até o ponto final, e hoje temos a impressão de que tudo começou ontem. Não somos os mesmos, mas sabemos mais."


Edna Gonçalves & Antônio Maximino

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O bom de viver é estar vivo...

Do Aurélio, Surpresa: Ato de surpreender; aquilo que surpreende; sobressalto; prazer inesperado; sucesso imprevisto.


Do nascer a lua alta, os dias nos traz surpresas inesperadas. Como num teatro invisível cada ato fecha uma cena.
Vivemos dentro de cada dia, numa nova oportunidade de fazer tudo diferente das 24h que antecederam as horas que estão sendo.
E sempre somos tomados de assalto pelas surpresas risonhas, nas esquinas dos caminhos trilhados pelo grande supresa de estar vivo.

Nessa viagem louca que não sabemos onde vamos atracar, quem viajará conosco, quem ficará pelo caminho, somos bombardeados diariamente de oportunidades de fazer tudo valer a pena, até aquilo que achamos inúltil outro dia.
Não se deve deixar de perceber as surpresas saltitantes que chegam pelos raios do sol a entrar pelos nossos olhos, as vezes pelos ouvidos ou direto ao coração.
Tentamos diariamente consolidar o que já existe com coisas novinhas em folha.O bom de viver vai ser sempre o estar vivo pra isso... não se pode morrer em vida é proibido, é pecado.

Uma tentativa só, onde não existe testes, nem permite ensaios.

Viver é sempre uma única vez, sempre correndo na direção contrária do tempo, mas sendo levado por ele, conduzido. Sempre sendo uma surpresa cada novo minuto que se apresenta.

Tenho estado feliz, com as surpresas, apesar de mal-dizê-las quando elas surpreendem demais.


Nesse bom de viver, realmente o estar vivo pra escrever uma estória unica, sua, particular, criar sonhos, vencer batalhas... é a melhor surpresa!


Edna Gonçalves


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Quanto tempo?


Quanto tempo cabe em 31 dias de um mês?

Um calendário. ¼ de uma estação. Dias. Tempo. Tempo. Tempo. Tic-tac do relógio. 730h. 4 semanas. Segundas, feiras, sábados, domingos.

Pouco tempo? Um prazo razoável? Quatro luas? Nem vi passar...

Quanto cabe de coração em 31 dias? Como se calcula sentimento? Como se temporiza amor?

Paras essas perguntas ainda não descobriram as fórmulas corretas para um resultado exato. Sentimento é água de um instante. Sentimento se sente. Se aceita. Não há como temporizar algo abstrato.

O cheiro que fica pelos objetos, e o tempo volta.

O gosto inconfundível na boca, e o tempo traz.

A presença que entra pelos 7 buracos da cabeça, e o tempo para.

O barulho da voz numa noite de saudade, e o tempo ri.

A lembrança do sorriso que o tempo demora.

A respiração que cresce a rapidez do coração.

O bem que se faz no tempo do doce que se sente.

Os momentos que voam, a demora que se arrasta.

Não se tem como contabilizar pelos dias o quanto pesa um sentimento.

Rápido é. Devagar, também é. Mas o que importa mesmo é o que veio a ser. E agora tudo é.


Dinha Gonçalves


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

P.S. Para você!

"Algumas coisas por mais impossíveis e malucas que pareçam, a gente sabe, bem no fundo, que foram feitas pra um dia dar certo." (Caio F.)


Tudo puro e sem gelo: Desencontro. Saudade. Vontade. Uma dose de paciência e duas de confiança no propósito invisível Garçom, Por favor!!


E mesmo querendo oscilar na confiança da força do que tem pra ser, é que eu me fortaleço da certeza de que quero você. De que a gente vai compensar esses atropelos todos que se impõem contra um querer. Que nós valemos a pena, por isso é tão difícil. Porque na hierarquia das coisas, elas tem que ser batalhadas, sofridas e conquistadas.


Pra se ter o que se merece tem que ser assim, conquistado!
Vai chegar a nossa hora. Se não foi hoje, será amanhã, outro dia. Somos pessoas do bem. Uma hora as coisas que damos há de voltarem.


Confie. Como sem pestanejar, amanhã tentaremos de novo.


Tentamos todos os dias sobreviver dentro de uma cadeia alimentar!
Porque não vou tentar todo dia ser feliz contigo?
"A procura da Felicidade" é a trilha sonora de todo ser vivente sobre esse planeta azul.


E virão muitos e tantos, mais do que já passamos. Virão dias difíceis com gosto de vodca e café, amargando a boca. Virão incertezas, virão dias, e não virão horas, faltarão momentos.
Mas tentaremos, continuamos a tentar!


Porque no fundo, sabemos que as coisas foram feitas para darem certo um dia! Assim como você perturba os cantos da minha boca com um sorriso doce que deseja o seu.


Dinha Gonçalves


Tempo, tempo, mano velho!


"Eu tenho medo do tempo. De quem ele leva, do que ele apaga e do que ele pode trazer."

Inegavelmente o tempo assusta, assim como traz confiança e sara. Como desprender o medo do tempo que passa diante dos nossos olhos, da esperança que se tem nele de que tudo ao seu próprio tempo e na melhor hora, de que ele solucione todos os contra-TEMPOS?

Amigos, lembranças, momentos, saudades. Ah, as saudades do tempo! Os cheiros, os gostos, as formas... o tempo levou! E como se num agrado vez-em-quando ele traz de volta, assim sem avisar, para relembra-lo, mostrar que ainda se vive tudo em algum lugar do tempo. Ah, o tempo da infância com seus cheiros doces pelo ar. E o cheiro da adolescência??!! Colorido em tons de vermelhos... O cheiro daquele trecho da estraga, hortelã entrando pela janela do carro, a nos fazer fechar os olhos e perturbar os cantos da boca com um sorriso de saudade!

"Tempo, tempo, mano velho, falta um tempo ainda eu sei. Pra você correr macio..."
Confiando nas badaladas do tempo, entrego meus destinos ao tempo rei! Que faz tudo do novo, velho no segundo seguinte! Um dia, será meu tempo para ter o que quis no tempo daquele querer. No tempo certo há de se chegar, há de se colher o plantado no tempo incerto.

Confio, mesmo com medo, confio no tempo. E coragem, há quem diga que é confiar mesmo tendo medo.

Dinha Gonçalves

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Um ciclo




Nando Reis: lembranças de um ano atrás. Mudei tanto! Será a idade? Serão os tempos?

Independente dos meses, dos longos anos, do que foi e do que é. Trarei sim, como sempre, o seu souvenir da minha próxima viagem.
A caneca para o café, vício-adjetivo seu.

O bom é que restou alguma coisa, que ainda não entendemos. E que também não tem mais pretensão nenhuma de se transformar em outra coisa. Apenas, agora é assim.
O assim de "no final era isso."

Chegamos no final do livro. E como tivéssemos mergulhado na história, sabemos bem o que ela proporcionou. Viajamos no sonhado, um sonho de dois.
Foi tudo vivido demais. As saudades angustiantes, as vontades alucinadoras, o amor sorrido e chorado, a espera longa adiada e prolongada, por isso acabou.
Com a propriedade do fim, fechou-se um ciclo.

Escutei por demais a música que você era aos meus ouvidos. Na minha FM só tocava você. Hoje, conheço de cor, mas já não me remete a nada. Uma melodia saudosa! 
Acho que saudade foi uma constante de algo que nunca aconteceu. Como se ter saudade de algo não vivido? Viver de saudades do que poderia ter sido e não foi!
Quando veio a ser, já não servia mais.

Assim como os produtos perecíveis, as paixões tem um prazo de validade. Se não usar, mofa, estraga e perece. E se fica um gosto de morangos mofados verdes, na boca.
Do que se restou aquele 'todo'? Ficou um nada, com lembranças. Findou-se um ciclo.
E tudo que se fecha porque chegou ao fim, não volta mais. Não existe 'mais' para se voltar.

Voltarei com o souvenir nas mãos, um cartão por onde passei, um sorriso aberto, e um carinho a quem a gente dedica a importância que já teve.

Ciclos me esperam para serem abertos. Novos! Coloridos! Com cheiro de roupa limpa!
Com o pé direito abro a porta do novo...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Nãos e Sins


O que mais incomoda é não ter quem você quer que te ouça, que te diga que vai passar, que vai dar certo, quem te faça crer no que você precisa acreditar.
Não ter a ligação atendida, não ter a mensagem respondida, não ter a atenção notada, não ter o amor visto...  São vários tantos 'nãos'.

E enquanto eu me encho de 'nãos', alguém vem e me dá um 'sim'... faz tanto a tal da diferença. Enquanto espero esse 'sim', fico surda para os outros 'com certeza'.
Insistentemente continuo querendo o seu 'sim', a sua ligação, a sua mensagem, a sua voz, os seus olhos, o seu sorriso... mas relutantemente recebo outros, que não são os 'seus' nãos.

Decepção após erro, emburrecemos no mesmo defeito: depois que perdemos é que vamos notar o quanto éramos ricos do que nos era ofertado...
Não deixe que isso passe, não deixe que morra, não deixe que se perca... agarre antes de você mesmo extingui-lo.
A felicidade é líquida, escorre por entre nossos dedos... não me deixe escorrer por entre a sua vida, não me veja desaguar em outra foz. Valorize!!!

Será que todos os dias amores da vida caem do céu, como em chuvas de verão?
Ou alguém mergulha nos seus olhos e diz que quer te dar AMOR?
Difícil resposta?
Duvido!
Difícil é achar um X na questão de equação do 2º grau com matriz inversa em números primos!
Enxerga que a vida é agora, e a felicidade não espera e o que o Amor pode ir embora!

sábado, 11 de junho de 2011

Líquido, Sólido e Gasoso


Volúveis como água! Podemos ser tanto quanto. E nos fazermos em mais de três estados, do que o líquido, sólido e gasoso.

O amor é líquido, já disse Bauman. A felicidade também deve ser, escorre por entre nossos dedos sempre que a tentamos prender, não deixá-la ir embora.

Sólido mesmo é a dor que sufoca o coração, é a saudade que deixa marcas roxas pelo corpo,é o tropeção de uma decepção, é o amargo sólido de uma ilusão.

Gasoso é o estado que não se vê, é o sorriso que disfarça o óbvio, são as reticências que vão pelo ar como balões, é o cheiro da paixão no ambiente.

Nos fazemos em tais tantos estados transitórios entre esses... há um momento que quase é sólido, depois de ser líquido e se mostrar gasoso.
E o que fica dos momentos? Qual a parte sólida que levamos para depois? Na ordem antes de ser o gasoso precisa ser líquido, mas o líquido pode levar ao sólido e o sólido pode levar ao líquido.

Impasse! 

Querer o sólido aprisionado na sua forma ou o líquido que não se pode prender? Ah... ainda tem o gasoso, que não se vê, que não se toca que só se sente!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Cacos


Catar os cacos e pedaços de mim lançados ao vento que não encontram o destinatário diariamente... dá uma cansaço que chega nas noites frias.

Penetrar no que está sendo é coragem.

Sempre me achei destemida, mas corajosa ainda não havia me descoberto. Coragem é uma qualidade perigosa!

Ser corajosa todos os dias, sem se deixar desistir pelo doloroso. Me sinto toda dolorida, como se vinhesse de uma caminhada à dias, em um sol escaldante, talvez a procura de um poço para matar a sede e seguir viagem. O destino? O destino é aonde se chegar!

E quem me massageia a alma nessa hora de cansaço do coração? A solidão vem me pentear as mágoas... mais uma noite. Chega tão íntima da casa, como se a frequentasse com liberdade, mexe em tudo, se apropria dos pensamentos, reorganiza a sala dos afetos, enfeita a penteadeira aonde dispõe os souvenir dos sorrisos...
Me faz a companhia, a confidente, a amiga.

Amiga solidão de cacos estilhaçados pelo chão!

Dinha Gonçalves

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sinais










Não há quem mais entenda de esperas demoradas e longos silêncios como aqueles que entendem os sinais. Sinais de fogo e sinais de fumaça. Sinais de trânsito dizendo: PARE! ESPERE! SIGA! Sinais de vírgulas numa frase, sinais de falta de palavras, sinais biológicos, sinais do coração. Sinais que não vem, sinais que não chegam, sinais que não são sinais.

Para quem espera, todos os não sinais e os também sinais, acabam sendo sinais. Se o telefone toca, antes que você possa ver quem liga seu sorriso dá sinais de quem você queria que fosse. Se as frases soltas pelo ar querem dizer algo, seu sorriso dá sinais. Se o olhos veem o que os faz brilhar, suas pernas, mãos e sistema nervoso dão sinais. Se chega-se perto, o coração dá sinais, dispara, se faz bailarino no peito, quer sair por algum lugar para abraçar, pular nos braços de alguém que as vezes não dá sinais de que deseja recebê-lo.

Bonita essas coisas dos sinais. E idiota. E inútil. Para que tantos sinais de fogo transmitindo mensagens a distância para solidões aflitas? Se são só sinais. O que se pode fazer com eles... Vê-los? A semi-ótica vê o que estamos atentos para enxergar. Senti-los? Sentimos o que desejamos nos fazer bem. Tocá-los? Impossíveis, são só sinais. E entendê-los? Difícil demais. Entender sinais é difícil por demais.
E se perguntar se eles realmente são sinais, nos deixam desinalizados. Os meus sinais sei bem quais são, quem são, por onde vão! De todas as formas os meus sinais vão vagar pelo céu até encontrar você.

O que ele diz? Diz que estou dando sinais que você desperta sinais em mim.

Dinha Gonçalves

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Encanta, colore e faz bem!


Num povoado distante no alto sertão do Nordeste, a seca a castigar os torrões daqueles lugarejos distantes, aguá mesmo só indo em busca por caminhar vários quilômetros. Diariamente a uma valente senhora, na hora marcada para aquele itinerário saia de sua casinha com 2 potes de barro e uma espécie de cajado para ajudar a trazê-los de volta, de uma forma à equilibrar o peso sobre os ombros.
Nós somos 75% água, o planeta é 70% água, tudo que flui, hidrata e floresce precisa de água. Assim como a única coisa indispensável naquela casa, a água valia todo aquele esforço desgastante diariamente por tê-la. Os seus 2 vasos, artigos fomentadores dessa dádiva, eram companheiros de longa data da senhora.
Há muitos anos eles a acompanhavam nessa labuta, um ainda se conservava inteiro só a cor havia mudado com tantos anos de uso, esse sempre caminhava no ombro direito da mulher, algum lodo e arranhões pela superfície; já o outro havia se rachado de uma extremidade a outra em uma queda, quando a senhora subia um barranco com eles cheio de água sobre os ombros através do cajado, e era colocado sempre no ombro esquerdo.

Já fazia meses que o próprio vaso havia se notando com a rachadura e assim sua inutilidade. Ele vinha vasando por entre a falha e chegava praticamente sem água ao destino. Mesmo com tristeza e humilhado se perguntava o porque da sua dona não o abandonar no quintal e procurar um vaso novo e sem rachaduras que pudesse trazer a água para casa. Não havia sentindo em andar quilômetros em sol a pino para chegar só com metade da água que precisava em casa. Dia a pós dia essa perguntava se repetia no vaso, e sem resultado por mais especulações fizesse resmungando não chegava a uma resposta que o convencesse.
Em um dia em que o sol estava por demasiado quente, durante a volta para casa o vaso resolveu perguntar diretamente para a senhora o porque daquela insistência com ele.

- Senhora, há meses não entendo uma coisa. Eu me rachei de uma ponta a outra, não consigo mais reservar a água que andamos tanto e com tanto sacrifício para levar à casa. Porque a senhora ainda insiste em ficar comigo? Ainda insiste em fazer de mim o instrumento?

A senhora parou o colocou no chão, juntamente com o outro vaso, e virou-se para trás.

- Olhe para todo o lado esquerdo do caminho que traçamos todos os dias! Eles agora tem flores lindas, que encantam, colorem e me fazem bem por entre tanta dificuldade. Graças a sua rachadura elas poderam florescer para encantar o meu caminho, sua gotas que caem todos os dias nelas é que as matem vivas. Não me importo em chegar em casa com metade do que deveria levar, pois o perfume e cor das flores pelo caminho é que me dão ânimo de seguir em frente!

Nós não somos perfeitos, nunca seremos. Mas somos responsáveis por fazer florescer flores nos outros!


(P.S. Você me encanta, me colore e me faz bem. Nas minhas faces e no meu coração florescem um jardim). 
Dinha Gonçalves

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A Inteligência me atrai


Os trejeitos incomuns, como se fossem de uma outra época, sutis, gentis, doces, como em sincronismo. O resquício de um sorriso a perturbar o canto da boca, como maliciosamente. A ironia bem colocada, interpelada pelo elogio. O cheiro fresco de hortelã que sai pela boca de um sorriso aberto.

O odor da inteligência bem colocada nas frases ácidas e bem humoradas.  As mãos e os pés de dedos longos, altivos, mostrando imposição. A forma de segurar a taça de vinho, como se estivesse a oferecê-la. A caligrafia firme de um lápis agarrado com sutileza pela cintura, como se levado num tango. O despojamento ao ler um livro, como se fosse uma receita materna, simples, entendida. A silhueta de andar pelas ruas, como se estivesse alguns centímetros do chão, a flutuar.

Incomum alguém com tantos encontros entre si e no que se torna. Como se todo o conjunto e contexto que formam você fosse de caso repensado. Como se tudo se combinasse em um experimento de laboratório. 

Estonteante! Como em uma atração legalizada pela física, você me atrai para si. Como um imã, o meu campo magnético gira em torno de você, no seu radar.
Nos teus gestos pensados e nas tuas frases lidas, eu tento decodificar a mensagem subliminar que entra pelos meus ouvidos e encontram meu inconsciente. Assim, camada por camada de você foi se preenchendo dentro de mim, como em doses homeopáticas eu te tomo. Me curará? Tenho esperanças para a cura de uma loucura.

A sua inteligência em ser me atrai.

Dinha Gonçalves

sexta-feira, 6 de maio de 2011

"E ninguém, mas ninguém percebia que a sua raiva era um amor muito bem disfarçado." (Parte I)

Era a quinta vez que desmanchava o penteado, com o broche em forma de borboleta que prendia as mechas de um preto quase azul, do lado esquerdo da cabeça. Ela achava que o volume do cabelo posto desse lado, favorecia o que mais tinha de belo no rosto: o par de olhos de um mel puro.

Por fim achou melhor apenas colocar o cabelo de lado, e jogou o broche em cima da antiga penteadeira de madre-pérola, presente de quinze anos de sua bisavó: "Você agora é uma bela moça. Precisa de uma penteadeira para se enfeitar." Desceu as escadas sobre os sapatos quase novos, fazendo barulho na madeira, resmungou algo como "Deveria ter colocado os de sempre, detesto esse barulho..."

Na sala em volta do piano, na varanda, ao pé da escada, nas janelas, as mesmas pessoas de sempre. Os mesmos cavalheiros acompanhados de suas senhoras, as mesmas senhoras acompanhadas (algumas) de suas damas de companhia, as mesmas conversas vazias e sem graça, o preço do café, a crise que se aproxima, a libertação do escravizados que se faz fato consumado. E à olhar a lua de quarto crescente naquela noite, ao pé da janela do lado esquerdo da porta principal... ELE!

As pupilas dela se delataram como se fosse ofuscada por grande emoção, boa ou péssima. Bradou silenciosamente para si - "E eu ainda tinha esperanças de ao menos a noite ser tragável o suficiente para que não me recolha quinze minutos após esse exato agora..."


(Continua...)

Dinha Gonçalves

quinta-feira, 21 de abril de 2011

'Se não está totalmente feliz, finja. Vivemos no mundo de aparências.'

Elis um dia cantou: "As aparências enganam aos que odeiam e aos que amam..."

Olheiras de um escuro gritando ao redor dos olhos, fundos de pálpebras salientes, a voz rouca e sem entonação, a desatenção ao resto do mundo... ah indícios da infelicidade aparente e estampada.

"Ah, pobrezinha (o) está infeliz, sofre por amor, sofre pela desilusão, sofre pelo emprego perdido, sofre pelo mês que se arrasta sem dinheiro pra continuar, sofre pela mãe doente em um hospital... "

Caridades odiosas essas do "Pobrezinha (o)..., tenho tanta pena, dói como se fosse em mim."

As pessoas querem te ver bem, mas nunca melhores do que elas...

Não está feliz por completo? Parabéns!! Bem vindo ao mundo real, aonde não se troca de canal e nem se espera chegar a hora certa. A vida é sempre agora, no breve instante que se vive...

Anda comprimindo o estômago com o choro e borrando maquiagem?
Chore em casa, dentro do banheiro de preferência, para que o barulho do chuveiro abafe os soluços doloridos que saem sem controle por entre os dentes...

Aquela música que faz lembrar os momentos de alegria, de carinho, de prazer? ... escute-a sozinha no silêncio da sua saudade e do seu quarto, quando de vez em quando coloque no dvd da sala no último volume, pra que ninguém deduza que ela já foi a trilha sonora de momentos obsoletos...

As frases que ficaram nítidas, como se a qualquer momento pudessem ser ouvidas agora, as vírgulas, as paradas da respiração, as ... bem no meio, que deixavam você querer terminá-las... com um beijo? ... Escreva rabiscando, em papéis que já irão para o lixo de qualquer forma... nunca nas paredes dos cacos do seu coração...

Como canta Lulu, a alegria ou a dor que se dá vai sem se dizer. E se amanhã ou depois, ou ano que vem não for nada disso caberá só a você esquecer. O que você ganha ou que perde, ninguém precisa saber... nem tripudiar em cima das emoções alheias.

"Se não está totalmente feliz, finja. Vivemos no mundo de aparências."

Dinha Gonçalves

quarta-feira, 20 de abril de 2011

"Comece - ironicamente - seguindo o conselho de quem deixou de te amar. Cuide de você." - Caio F. Abreu

Chega de tanto se doar em troca do "Ame, sem pedir nada em troca" ou "Amar é gratuito". Pode funcionar muito bem nos contos de fadas, ou na novela das 6h, nos amores épicos e platônicos das obras literárias. Na vida real precisamos receber de volta o amor ofertado. Precisamos ouvir o "Eu amo você também", depois daquele ofegante "Eu te Amo", necessitamos de provas para acreditar, de declarações, de demonstrações, de atitudes, de ações de carinho. O amado (a) não age com você com a recíproca equivalente com que você age para com ele (a). Quando isso não vem... admita você não é correspondida (o). Você se doa e ao seu encontro recebe um eco gritando "nada"...

O ser humano por natureza é egoísta, esperamos sempre que toda ação tenha uma reação (de preferência favorável), assim como aprendemos nas leis da Física, e também no não físico esperamos o abstrato do sentimento reagir as nossas manifestações do amor. Ele (a) não te corresponde? Ah ele (a) não reage mais a você! O coração não acelera, as pernas não tremem, as mãos não gelam, não gagueja... o encanto acabou... assim tão simples! 

Então siga o conselho dele, e assim como de ironia, comece a dedicar aquele amor, que se fez ultrapassado, a você. Junte-se aos seus. Ao seu amor próprio. Junte-se as suas coisinhas, as suas alegrias, ao seu prazer de se amar.
Recorte aquele "I LOVE YOU", que por acaso foi do cartão do último dia dos namorados, e cole no espelho. É pra você mesmo.

Depois de um amor esgotado, não se iluda, a pessoa trará até você com carinho nas lembranças mas não na vida. Daqui a algum tempo ele (a) amará novamente e tudo começará com o impulso e vitalidade do novo. Siga o compasso da vida. Vá em frente. Mesmo que seja só com você, se amando, se dedicando. Amores precisam ser vividos e encerrados, para que por entre eles a gente se ame muito mais do que as vezes amamos os outros.

Dinha Gonçalves

terça-feira, 19 de abril de 2011

Não se apaixone por MIM

Trapaceio, DETESTO fanáticos religiosos, falo palavrão mais que o normal. Dou risada da desgraça alheia, sempre torço pro mocinho se ferrar no final, não escondo meus podres, rio com quem não sabe dançar. Minto para crianças, ensaio reclamações, finjo de bebado, sonolento, triste. Não dou esmola aos pobres, não presto atenção na aula de Estatística. Meu sonho é estrangular aquela pessoinha asquerosa, insisto tanto em algumas mentiras que acabo acreditando nelas. Meu sonho é ver um disco voador e se eu concordar com tudo é porque eu não tô nem aí para o que você está falando.


Por isso estou sempre rodeada de amigos, faço festa com tudo, com ou sem um tostão no bolso estou sempre de bom humor, aproveito os momentos e as pessoas que a vida me traz, tanto faz whisky, bandeira branca ou natasha, o importante é beber, pouco importa negro, branco, pardo ou amarelo as pessoas são cor de sangue por dentro, não importa a quantia que a carteira no chão tenha, eu abro e devolvo, se você estiver lascado eu me lasco junto mais não deixo você sozinho, porque o que se leva dessa vida é a vida que se leva... 


Então não se apaixone por mim, EU NÃO PRESTO.


Dinha  Gonçalves

sexta-feira, 25 de março de 2011

Paixão - Simone

Amo tua voz e tua cor
E teu jeito de fazer amor
Revirando os olhos e o tapete
Suspirando em falsete
Coisas que eu nem sei contar
Ser feliz é tudo que se quer
Ah! Esse maldito fecho eclair
De repente a gente rasga a roupa
E uma febre muito louca
Faz o corpo arrepiar
Depois do terceiro ou quarto copo
Tudo que vier eu topo
Tudo que vier, vem bem 

Quando bebo perco o juízo
Não me responsabilizo
Nem por mim, nem por ninguém
Não quero ficar na tua vida 
Como uma paixão mal resolvida 
Dessas que a gente tem ciúme 

E se encharca de perfume 
Faz que tenta se matar 

Vou ficar até o fim do dia 
Decorando tua Geografia






E essa aventura em carne e osso 
Deixa marcas no pescoço 
Faz a gente levitar 
Tens um não sei que de paraíso 
E o corpo mais preciso 
Do que o mais lindo dos mortais 
Tens uma beleza infinita 
E a boca mais bonita 
Que a minha já tocou.

Cansaço

A enxaqueca gritava latente na sua fronte. Depois de um dia exaustivo de trabalho, hora e horas ligada na tomada que faz a engrenagem da vida trabalhar, ela soltou uma frase como se falasse para si mesmo: "Meu trabalho quase sempre me salva, mas no dia em que ele teima em me matar, estou morto."


Dinha Gonçalves

quinta-feira, 10 de março de 2011

Hermético

De volta as nossas coisinhas miúdas e sentidas nos deparamos com os pedaços que compõem a nossa tão particular atmosfera. Ufa!! Enfim junto aos meus! As minhas tão bem revividas vontades! Lindas!

Junto de novo aos meus restos e partes gastas do uso falido. Ao redor o tão comum guardado entre tantas fechaduras, deixo se desdobrar em frente aos meus olhos e deslizar pelos meus dedos calejados. Glórias íntimas e humilhantes essas, de desfrutar o tudo de si sozinho, que foi feito para o outro. Querendo o infinito particular pequenino e gigante para cair de braços abertos, tirar todas as exaustivas máscaras e fantasias cotidianas e se deixar ser o que se é, e sentir o que se sente. E só. E não muito. E não tanto.


E fechamos os olhos como se num encantamento, e o feliz Vinicius no seu lugar Mais-que-perfeito embala: "Ah, quem me dera ir-me contigo agora a um horizonte firme, comum. Embora amar-te..."
Ah um lugar além de tudo tão visto, esse lugar onde nós seríamos permitidos, e nos mostrar e abrir e escancarar. No fundo da descrença tão sem a criança chamada esperança dorme acordado o desejo de não ter que se esconder.

Como dizia o poeta: "Por que a vida só se dá para quem se deu. Para quem chorou, para quem sofreu..."
E eu digo: " Porque a vida só se mostra para quem nada guarda."

E todos nós nos guardamos!


Dinha Gonçalves

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A Fábula da Bonequinha

"Bonequinha você acredita mesmo que um dia alguém irá sentar numa calçada para admirar a lua com você?"



De súbito os olhos claros que refletiam a beleza da noite numa lua linda, cheia baixa enorme, repleta de amor pela terra, travaram no vazio da pergunta sem resposta. No silencio desconfio que algo se quebrou, estilhaços de certeza se lançaram pelo chão. Plantaram uma dúvida na cabeça de uma bonequinha de neve, frágil e doce. Tudo anda tão melancólico, corroendo o frágil, a acidez da realidade se refaz em uma armadura forçada contra as lagartinhas daninhas. Sim existem largatinhas daninhas, e são como pestes, destroem plantações de sentimentos.

No céu daquela bonequinha havia aquela lua linda à espera de contemplação, periodicamente ali sempre bela, vaidosa, exuberando sua beleza. Mas como uma bonequinha admirar a lua sozinha? Bonecas foram feitas para acompanharem sentimentos.
- "Mamãe, quero aquela boneca! Pra ser minha melhor amiga!"
- "Certo filha! Mamãe compra se você prometer que vai cuidar dela com todo carinho."
- "Prometo!"

Assim as bonecas entram na vida das crianças, pelo amor, agregando sentimentos.
A bonequinha de neve andava cansada dessa moda do novo século, a solidão. Entre tantos males, enfermidades, guerras, a solidão se tornar um mal secular.
Inadmissível!!!
Onde entre tantos iguais, uma bonequinha de neve linda sofreria de solidão?
Mas ela não desistia e continuava acreditando em amores épicos e contos de fadas, banhados por aquela lua no céu.


Ah, ela não pede muito nem tanto. Apenas alguém assim como ela com olhos de cristais para admirar a beleza daquela lua no céu estrelado, esquentar seu coração encantando e provar do seu colorido adocicado.
Viajantes, sonhadores ou passantes não importa a distinção, basta ter bom coração e ganhar o sorriso iluminado da Bonequinha de Neve de sonhos embalados.


P.S. Para minha amiga Bonequinha de Neve (Renata Sousa)


Dinha Gonçalves

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Produção em massa



- Amiga ganhei aquela maquiagem nova da propaganda!!!
- Mentiraaaaa!!!!!!!!!!!! Vou infartar com ela, é meu sonho!

Não que eu ande cética demais, mas de uns anos pra cá venho achando que as pessoas andam saindo da mesma linha de produção e justamente na máquina de personalidade houve uma falha. Uma falha maquiada, vendida, explorada.

Quanto nada. Quanta babaquice. Quanta burrice.

Agregar valores realmente é algo muito pessoal particular, mas agregar valor a uma peça de roupa da moda, sonhar três dias com a maquiagem da propaganda e só falar nas próximas baladas do mês mais do que se quer saber da redemocratização do Egito ou do aumento mizerável do salário mínino, sinceramente é falta de algo aproveitável dentro da cabeça.  A máxima popular diz que saco parado não para em pé, se o ditado fosse  meu tinha trocado o "saco" pela "cabeça". As pessoas falam em futilidades como se fosse a cura do câncer, e o que mais impressiona é que outras milhares concordam.

Ando sem paciência para pessoas ocas e burras.

Ninguém interessante? Então é melhor acompanhar-se de si mesmo, com suas coisinhas recheadas de personalidade.
Será muito pedir vida inteligente andando por aí? Conteúdo, críticas, posições, idéias, soluções?
Pessoas sem piloto automático no comando. Corações, pulsos, choros, gritos, ódios.

O que me consola em meio a essa aversão de cérebros com pessoas ocas, é que existe pernas carregando vida inteligente  por aí.

Dinha Gonçalves