Os trejeitos incomuns, como se fossem de uma outra época, sutis, gentis, doces, como em sincronismo. O resquício de um sorriso a perturbar o canto da boca, como maliciosamente. A ironia bem colocada, interpelada pelo elogio. O cheiro fresco de hortelã que sai pela boca de um sorriso aberto.
O odor da inteligência bem colocada nas frases ácidas e bem humoradas. As mãos e os pés de dedos longos, altivos, mostrando imposição. A forma de segurar a taça de vinho, como se estivesse a oferecê-la. A caligrafia firme de um lápis agarrado com sutileza pela cintura, como se levado num tango. O despojamento ao ler um livro, como se fosse uma receita materna, simples, entendida. A silhueta de andar pelas ruas, como se estivesse alguns centímetros do chão, a flutuar.
Incomum alguém com tantos encontros entre si e no que se torna. Como se todo o conjunto e contexto que formam você fosse de caso repensado. Como se tudo se combinasse em um experimento de laboratório.
Estonteante! Como em uma atração legalizada pela física, você me atrai para si. Como um imã, o meu campo magnético gira em torno de você, no seu radar.
Nos teus gestos pensados e nas tuas frases lidas, eu tento decodificar a mensagem subliminar que entra pelos meus ouvidos e encontram meu inconsciente. Assim, camada por camada de você foi se preenchendo dentro de mim, como em doses homeopáticas eu te tomo. Me curará? Tenho esperanças para a cura de uma loucura.
A sua inteligência em ser me atrai.
Dinha Gonçalves
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