Não há quem mais entenda de esperas demoradas e longos silêncios como aqueles que entendem os sinais. Sinais de fogo e sinais de fumaça. Sinais de trânsito dizendo: PARE! ESPERE! SIGA! Sinais de vírgulas numa frase, sinais de falta de palavras, sinais biológicos, sinais do coração. Sinais que não vem, sinais que não chegam, sinais que não são sinais.
Para quem espera, todos os não sinais e os também sinais, acabam sendo sinais. Se o telefone toca, antes que você possa ver quem liga seu sorriso dá sinais de quem você queria que fosse. Se as frases soltas pelo ar querem dizer algo, seu sorriso dá sinais. Se o olhos veem o que os faz brilhar, suas pernas, mãos e sistema nervoso dão sinais. Se chega-se perto, o coração dá sinais, dispara, se faz bailarino no peito, quer sair por algum lugar para abraçar, pular nos braços de alguém que as vezes não dá sinais de que deseja recebê-lo.
Bonita essas coisas dos sinais. E idiota. E inútil. Para que tantos sinais de fogo transmitindo mensagens a distância para solidões aflitas? Se são só sinais. O que se pode fazer com eles... Vê-los? A semi-ótica vê o que estamos atentos para enxergar. Senti-los? Sentimos o que desejamos nos fazer bem. Tocá-los? Impossíveis, são só sinais. E entendê-los? Difícil demais. Entender sinais é difícil por demais.
E se perguntar se eles realmente são sinais, nos deixam desinalizados. Os meus sinais sei bem quais são, quem são, por onde vão! De todas as formas os meus sinais vão vagar pelo céu até encontrar você.
O que ele diz? Diz que estou dando sinais que você desperta sinais em mim.
Dinha Gonçalves
Nenhum comentário:
Postar um comentário