quinta-feira, 10 de março de 2011

Hermético

De volta as nossas coisinhas miúdas e sentidas nos deparamos com os pedaços que compõem a nossa tão particular atmosfera. Ufa!! Enfim junto aos meus! As minhas tão bem revividas vontades! Lindas!

Junto de novo aos meus restos e partes gastas do uso falido. Ao redor o tão comum guardado entre tantas fechaduras, deixo se desdobrar em frente aos meus olhos e deslizar pelos meus dedos calejados. Glórias íntimas e humilhantes essas, de desfrutar o tudo de si sozinho, que foi feito para o outro. Querendo o infinito particular pequenino e gigante para cair de braços abertos, tirar todas as exaustivas máscaras e fantasias cotidianas e se deixar ser o que se é, e sentir o que se sente. E só. E não muito. E não tanto.


E fechamos os olhos como se num encantamento, e o feliz Vinicius no seu lugar Mais-que-perfeito embala: "Ah, quem me dera ir-me contigo agora a um horizonte firme, comum. Embora amar-te..."
Ah um lugar além de tudo tão visto, esse lugar onde nós seríamos permitidos, e nos mostrar e abrir e escancarar. No fundo da descrença tão sem a criança chamada esperança dorme acordado o desejo de não ter que se esconder.

Como dizia o poeta: "Por que a vida só se dá para quem se deu. Para quem chorou, para quem sofreu..."
E eu digo: " Porque a vida só se mostra para quem nada guarda."

E todos nós nos guardamos!


Dinha Gonçalves

Nenhum comentário:

Postar um comentário